
Lisboa foi palco, dia 5, de mais uma grande manifestação contra o genocídio perpetrado por Israel na Faixa de Gaza, pelo reconhecimento do Estado da Palestina, pela paz no Médio Oriente e em todo o mundo. Promovida pelo CPPC, a CGTP-IN, o MPPM e o Projeto Ruído-Associação Juvenil, a manifestação foi apoiada por mais de 40 outras entidades, das mais variadas áreas de intervenção.
Ao longo do percurso que uniu o Largo Camões e a Ribeira das Naus, denunciou-se os crimes israelitas (desde logo o massacre de crianças e o assassinato de centenas de palestinianos que procuram comida nos "centros de distribuição" instalados por Israel e EUA) e a cumplicidade dos EUA, da NATO e da UE no genocídio, na ocupação e na expulsão massiva das populações palestinianas das suas terras.
No final, para além da saudação do economista João Rodrigues, um dos subscritores do Manifesto "Pela Paz, liberdade e Estado Social", intervieram representantes das quatro organizações promotoras.
João Coelho, da CGTP-IN, salientou a urgência de «acabar com a ocupação: são 40 anos de prática genocida, racista, de segregação e violência que Israel pratica sobre um povo que resiste». Do MPPM, Raul Ramires denunciou o objetivo de Israel: «impedir a criação de um Estado da Palestina viável e soberano, impedir os palestinos de viverem na sua terra, expulsá-los, não permitir que os que foram expulsos voltem e assim apropriar-se de toda a terra, das margens do Jordão ao Mar Mediterrâneo - no fundo, limpeza étnica e genocídio.» Mariana Metelo, do Projeto Ruído, referiu-se a uma «situação infernal» com mais de 17 mil jovens e crianças que já morreram às mãos de Israel. «E nós, jovens portugueses, não ficamos do lado da cumplicidade».
Isabel Camarinha, do CPPC, repudiou a «complacência e cumplicidade do governo português com os crimes de Israel e a recusa em reconhecer o Estado da Palestina». No programa do Governo, o que se encontra é a intenção de «contribuir para o prolongamento e o agravamento dos conflitos, para o militarismo e a escalada armamentista, aumentando as verbas para a guerra, como os EUA, a NATO e a União Europeia ordenam – vejam-se as conclusões da Cimeira da NATO –, mantendo e agravando as injustiças e as desigualdades sociais e desviando recursos que deviam ser utilizados nos salários, nas pensões, na saúde, educação, segurança social ou na habitação, para a confrontação e a guerra».
Para dia 11, quando na Assembleia da República estiver a ser discutido e votado o projeto de resolução do PCP que reclama o reconhecimento do Estado da Palestina por Portugal, haverá nova ação.