O Conselho Português para a Paz e Cooperação acompanha com preocupação os desenvolvimentos da situação económica, social e política na Ucrânia, marcada por permanentes e crescentes tensões e alerta para a escandalosa ingerência externa nas suas questões internas, o que à luz do direito internacional só poderá merecer uma clara condenação.



Como recentemente ficou visivelmente demonstrado, os EUA e a União Europeia imiscuem-se de forma inaceitável nas questões internas da Ucrânia, dando apoio explícito e incentivo a forças da oposição, incluindo de cariz fascista, e promovendo uma situação de desestabilização que lança no ar o espectro da escalada de conflito e da divisão, pretendendo assim colocar este imenso país – que está estrategicamente localizado no Leste da Europa – sob a sua esfera de influência e domínio do ponto de vista económico, político e militar.

A ingerência externa na Ucrânia insere-se num processo mais geral que visa o cerco à Federação Russa por parte dos EUA e da NATO – de que a União Europeia é pilar europeu – e que integra, entre outros aspectos, a insistência da entrada da Geórgia na NATO, a instalação de bases militares dos EUA nas antigas repúblicas soviéticas da Ásia Central ou a instalação de componentes do tenebroso sistema «antimíssil» dos EUA/NATO na Europa, pondo seriamente em causa a paz e a segurança neste continente.

O CPPC condena esta ingerência e exige do governo português uma atitude firme em defesa da soberania, da Paz e da segurança na Europa, nos termos do artigo 7º da Constituição da República Portuguesa e dos princípios da Carta das Nações Unidas.

A Direcção Nacional do Conselho Português para a Paz e Cooperação

14 de Fevereiro de 2014