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cppc promove debate em aveiro 1 20180516 2063513498

Na passada segunda-feira, dia 14 de Maio, o Núcleo de Aveiro do Conselho Português para a Paz e Cooperação(CPPC) em parceria com o Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território(DCSPT) da Universidade de Aveiro(UA) realizou um debate sobre "A Paz, a agressão à Síria e a luta pelo Fim das Armas Nucleares".

O debate, moderado por Teresa Forte, investigadora na Universidade de Aveiro(UA), contou com a intervenção de Carlos Jalali(Professor da UA) bem como de Ilda Figueiredo(Presidente da direcção nacional do CPPC).

No debate, o professor C. Jalali enumerou alguns pontos cruciais que caracterizam a contradição, inerente à natureza humana, entre a paz e a guerra, entre a amizade e o conflito nas relações entre os humanos. Abordou, no seu ponto de vista, o binómio paz/guerra numa perspectiva filosófica.

Ilustrou a sua convicção da necessidade de à componente conflituosa do instinto humano contrapor, de modo mais fortalecido, outra componente também instintiva de sobrevivência traduzida na socialização e cooperação humanas.

Isto é, mostrou a sua convicção, da necessidade de diluir o instinto agressivo ou dominador, com doses reforçadas de amor e negociação pacífica que possam equilibrar o relacionamento humano, evitando o domínio do braço mais forte sobre o mais fraco.

Invocou mesmo uma antiga filosofia oriental que, de modo figurativo, ilustra o comportamento social como se no interior do ser humano habitassem dois tigres, um agressivo, outro bondoso. Essa filosofia defende que a maneira correcta do humano obter o equilíbrio será não alimentar o tigre agressivo permitindo que apenas sobreviva o tigre da bondade.

Ilda de Figueiredo, realçando as pontes de convergência com as teses do orador anterior nomeadamente, na análise do fenómeno da dominação e da guerra, do abuso do poder pelo mais forte nas relações internacionais e das suas consequências para a paz, fez uma síntese histórica do movimento português em defesa da Paz, desde a sua criação, em meados do século passado, integrando o Conselho Mundial da Paz até ao actual momento de empenhamento do CPPC na defesa da Paz, no combate às quase permanentes agressões aos povos, nomeadamente no Médio Oriente e na campanha que actualmente o CPPC desenvolve pelo fim das armas nucleares. A propósito, referiu a importância de recentemente ter sido aprovado, no âmbito da ONU, o Tratado para a proibição das armas nucleares, por 122 países e de ter sido atribuído o prémio Nobel da Paz à campanha internacional contra as armas nucleares (ICAN).

Referiu ainda os Concertos pela Paz que o CPPC realiza em diversas cidades de Portugal e as actuais e diversas iniciativas do CPPC em Lisboa e no Porto mostrando a solidariedade com o povo palestiniano. Defendeu ainda a vigorosa condenação da flagrante e reiterada violação do direito internacional e da não menos grave violação das resoluções e dos princípios da Carta das Nações Unidas, por parte do governo norte americano, ao deslocar a sua embaixada de Telavive para Jerusalém.

Após as intervenções iniciais, alguns dos assistentes colocaram diversas questões que o tema em debate suscitou.

Numa sequência das perguntas do público e das respostas dos oradores, foram esclarecidos diversos aspectos do posicionamento do CPPC no que toca às relações entre estados, mostrando o alinhamento das posições do CPPC com a Constituição da República Portuguesa (CRP), nomeadamente no estipulado no artigo 7º da CRP.

Durante o debate foram recolhidas assinaturas para a petição que defende o "fim das armas nucleares", petição essa cuja assinatura também é possível de fazer através da Internet (http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=nao-armas-nucleares).

A sessão terminou com um apelo à dinamização do Núcleo de Aveiro do CPPC considerando que todos não seremos demais para alcançar e defender a Paz.