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O Lago de Camões, em Lisboa, encheu-se ao fim da tarde de hoje, com a presença convicta e combativa de activistas pela paz e pelos direitos do povo palestino.

Num acto público promovido por mais de 50 organizações e que recolheu o apoio de mais de 100 personalidades, ouviram-se as intervenções de representantes do Conselho Português para a Paz e Cooperação, da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional, do Movimento Democrático de Mulheres e do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e a Paz no Médio Oriente, organizações que lançaram o apelo para a realização da iniciativa.

Após as intervenções os presentes aprovaram por unanimidade o seguinte texto:

“Basta de crimes
O povo da Palestina precisa
da nossa solidariedade!

Em 1947 a ONU decidiu a partilha da Palestina em dois Estados. A criação do Estado de Israel em 1948 foi acompanhada por uma limpeza étnica da população palestiniana, que ficou conhecida como Nakba (“a catástrofe”) e por uma guerra que visou desde logo impossibilitar a criação do Estado da Palestina. Sete décadas volvidas, a promessa de um Estado da Palestina está por cumprir.

Mas a Nakba continua na vida diária dos palestinos. Israel prossegue os massacres, o roubo de terras, o saque aos trabalhadores, os impedimentos de circulação, os colonatos ilegais, o Muro do Apartheid, o cerco a Gaza, as prisões arbitrárias, a ocupação, que fazem parte dum processo de expulsão dos palestinos de toda a sua terra natal iniciado em 1948.

A decisão dos EUA/Trump de declarar Jerusalém como capital de Israel, anunciando a transferência da sua embaixada para essa cidade, é uma frontal violação de todas as resoluções da ONU e acordos internacionais que visa impedir a realização dos direitos nacionais do povo palestino e a Paz justa e duradoura no Médio Oriente.

Assim, nós, os participantes na concentração de solidariedade com a Palestina e pela Paz no Médio Oriente:

- condenamos a política de colonização, limpeza étnica, ocupação e repressão, praticada por Israel contra o povo palestino desde há 70 anos;

- exigimos a paz no Médio Oriente, pondo fim às catástrofes geradas pelas guerras deste último quarto de século;

- protestamos contra o reconhecimento pelos Estados Unidos de Jerusalém como capital de Israel e a transferência para aí da sua embaixada;

- reclamamos do Governo Português que, nos fóruns em que participa, defenda o direito internacional e as resoluções da ONU respeitantes à Palestina e que reconheça formalmente o Estado da Palestina com capital em Jerusalém Oriental.

- manifestamos a nossa solidariedade com a justa luta do povo palestino pelos seus inalienáveis direitos nacionais, pela edificação do Estado da Palestina livre, independente, soberano e viável nas fronteiras anteriores a 1967, com capital em Jerusalém Oriental, e uma solução justa para a situação dos refugiados palestinos, nos termos do direito internacional e das resoluções pertinentes das Nações Unidas.”

A iniciativa terminou com o compromisso de todos os presentes em continuar a a solidariedade e a luta por uma Palestina livre e pela Paz no Médio Oriente.