Nos dias 6 e 9 de Agosto assinalam-se 69 anos do lançamento, pelos Estados Unidos da América, de duas bombas atómicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em 1945.

Injustificado do ponto de vista militar, uma vez que o Japão já tinha encetado o processo de capitulação face às Forças Aliadas na II Grande Guerra, este acto foi entendido como uma aterrorizante demonstração de poderio militar por parte dos Estados Unidos da América, então potência mundial emergente, que não se absteve de cometer este violento e cruel massacre de populações civis, que perdura na memória dos povos como uma das maiores barbáries alguma vez cometidas.

Para além das 250 000 mortes provocadas no imediato ou nos dias subsequentes, este acto deixou uma herança de sequelas graves nas populações destas cidades, como a proliferação de doenças cancerígenas e malformações genéticas nas gerações vindouras, devidas a exposição à radiação.

Se é um facto que jamais bombas atómicas voltaram a ser usadas em conflitos bélicos, a realidade é que a proliferação deste tipo de armamento não foi evitada. Além dos cinco Estados nucleares, legalmente reconhecidos pelo TNP (Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares) - Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França - também a Índia, o Paquistão e Israel são actualmente Estados nucleares, fora do TNP. Dados de 2011 estimam em 20 530 o número total de ogivas nucleares existentes no mundo, a maioria delas incomensuravelmente mais potentes do que as que foram lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki.

Hoje, a Humanidade está confrontada com uma escalada bélica sem precedentes desde a II Guerra Mundial. Nos últimos anos assistimos à intervenção militar directa dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO em diversos países: Somália; Jugoslávia; Iraque; Afeganistão; Líbia e intervenções indirectas, a promoção da escalada ou o apoio a conflitos, como, por exemplo, na Síria, na Ucrânia ou na Palestina.

O Conselho Português para a Paz e Cooperação, ao recordar os 69 anos passados sobre os bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki, presta homenagem às vítimas inocentes desses ataques, saúda o movimento da Paz Japonês, e apela aos defensores da PAZ em Portugal para reforçarmos os nossos esforços pela construção de um Mundo Livre de Armas Nucleares e liberto das recorrentes agressões do imperialismo.

Defender e lutar pela PAZ é tarefa de todos!

Viva a PAZ!