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  • Cogumelo que era rosa

    Cogumelo que era rosa

    A rosa hereditária
    A rosa radioativa
    Estúpida e inválida

    Vinícius de Moraes

    Era uma vez um cogumelo que era uma rosa,
    um poeta chamar-lhe-ia a anti-rosa.
    A raiz era de fogo e negra a sua fecúndia
    como o seu desígnio negro.
    E a raiz caiu do céu.

    Cada uma em seu dia, duas rosas bastaram
    para varrer uns cento e trinta mil amigos
    de crisântemos e flores de cerejeira,
    de chá, caligrafia, minúsculos poemas,
    libelinhas e templos na floresta.

    O cogumelo venenoso era uma rosa sem rosa,
    diria o poeta. Nem de espinhos,
    nem de espinhos essa rosa americana precisou.

    1 de Agosto de 2015

    João Pedro Mésseder

     

  • Contra as “rosas” nucleares e em memória de Hiroshima e Nagasaki

     

    Por José António Gomes, Professor do ensino superior; crítico literário, escritor

    Poucos acontecimentos haverá tão dilacerantes e traumáticos na história moderna como as duas bombas atómicas que arrasaram, em 6 e 9 de Agosto de 1945, Hiroxima e Nagasaki, provocando um quarto de milhão de mortos num Japão que já dera passos no sentido da capitulação – e que é também, paradoxalmente, um país símbolo da delicadeza e do rigor, do culto das flores e da caligrafia, da meditação zen e da poesia… Com esta acção injustificada e criminosa, num momento em que a “guerra fria” se encontrava no horizonte, os EUA não só davam sinal da tremenda força destruidora do seu poder militar, como afirmavam os seus intentos imperialistas perante o mundo. A terrível herança: exposição à radiação na origem de doenças cancerígenas, mutilações e deformações gravíssimas, monstruosas malformações que afectariam as gerações seguintes. O combate pela paz e contra a proliferação de armas nucleares prolongar-se-ia até aos dias de hoje, com picos de luta na Europa, nas Américas e no resto do mundo nos anos 70-80 do século XX. Por isso, se mantém na ordem do dia a campanha pela paz e contra o armamento nuclear. Esta deverá ser também firme resistência ao militarismo de agressão da NATO, da UE e dos EUA que, ao ritmo da ganância e das crises do capitalismo global, tem semeado guerra, violência e miséria na Europa, no Médio Oriente e na África.

  • Distribuição de Folheto - 70 anos dos bombardeamentos nucleares

    No momento em que se assinalam, a 6 e 9 de Agosto, 70 anos dos bombardeamentos nucleares contra as cidades japonesas de Hiroxima e Nagasáqui, efectuados pelos Estados Unidos da América, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) presta homenagem às vítimas das armas nucleares. O CPPC recorda a data com a distribuição de um folheto, em várias cidades, amanhã, 6 de Agosto, exigindo que nunca mais se repita o holocausto nuclear, a abolição das armas nucleares e de extermínio em massa e o desarmamento geral e controlado, o cumprimento das determinações da Constituição da República Portuguesa e da Carta das Nações Unidas, em respeito pelo direito internacional e pela soberania dos Estados e igualdade de direitos dos povos.

    No Porto a distribuição acontecerá a partir das 18h30 na Praça da Liberdade (início junto à estátua do ardina) e em Lisboa com início pelas 13h30 no Chiado (cruzamento Rua Garret e Rua Nova da Trindade).

  • Hiroshima e Nagasaki, Crimes contra a humanidade

    Por Laura Lopes, membro da Presidência do CPPC

    Hiroshima. Dia 6 de Agosto de 1945. Às 8 horas e 16 minutos, o major americano Thomas Ferebee lançava do seu avião a primeira bomba atómica, exactamente no centro da cidade, a mil e trezentos metros de altitude, quando milhares de cidadãos se dirigiam para o trabalho. No livro de bordo estavam escritas quatro palavras: “Drop first atom bomb” (lançar a primeira bomba atómica). Após o lançamento foi acrescentada mais uma: “Good” (óptimo).

    Uma explosão medonha ressoou levantando-se uma imensa nuvem primeiro amarela, depois cinzenta, em seguida azul e por fim negra. Fez-se total escuridão enquanto o fogo alastrava destruindo tudo, queimando vivas as pessoas que se encontravam até mil metros do epicentro da explosão. Em cerca de um raio de dois quilómetros as pessoas ficaram queimadas, com as roupas em farrapos e a pele das partes do corpo não cobertas caindo em pedaços, os rostos inchavam até cegar, envoltas em chamas fugiam desvairadamente procurando as águas do rio. Em poucos segundos a onda de choque destruiu 60% da cidade. Confundidos com o pó da terra mais de 10.000 edifícios. Hiroshima deixara de existir. Pereceram imediatamente quase cem mil pessoas e aproximadamente cento e cinquenta mil gemiam entre os destroços.

  • Nunca Mais! 70 anos dos bombardeamentos nucleares contra Hiroxima e Nagasáqui

    Assinalam-se, a 6 e 9 de Agosto respectivamente, 70 anos sobre os bombardeamentos nucleares, pelos Estados Unidos da América, contra as cidades japonesas de Hiroxima e Nagasáqui. Nesta data, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) lembra o acto de barbárie cometido contra populações indefesas num momento em que o império japonês já se encontrava militarmente derrotado, na frente terrestre na Ásia e na frente aéreo-naval do Pacífico, e se havia iniciado o processo da sua capitulação às Forças Aliadas.

  • Organizações portuguesas homenageiam as vítimas dos bombardeamentos nucleares

    Nunca Mais!

    70 anos dos bombardeamentos nucleares contra Hiroxima e Nagasáqui

    No momento em que decorrem 70 anos desde o bombardeamento nuclear pelos Estados Unidos da América contra as populações japonesas de Hiroxima e Nagasaki, a 6 e 9 de Agosto de 1945 respectivamente, as organizações portuguesas abaixo subscritoras recordam este acto, cometido quando o Império Japonês estava já derrotado na frente terrestre no continente Asiático e na frente aéreo-naval no Oceano Pacífico, e já havia encetado o processo de capitulação face às Forças Aliadas na II Guerra Mundial, pelo que aquele bombardeamento foi e continua a ser entendido como afirmação de uma aterrorizante demonstração de poderio militar por parte dos Estados Unidos da América, potência mundial então ascendente, acto que perdura na memória dos povos como uma das maiores barbáries alguma vez cometidas.

  • Sobre os bombardeamentos norte-americanos em território da Síria

    O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) denuncia os ataques dos EUA em território da Síria, contra alvos do dito “Estado Islâmico” (EI), como mais um estratagema na sua já longa história de interferência e de desestabilização da Síria e do Médio Oriente.

    Estas acções militares dos EUA violam a soberania e ameaçam a integridade territorial da Síria, são realizadas à margem do direito internacional e desrespeitam os princípios da Carta das Nações Unidas.

    A actuação norte-americana expressa, uma vez mais, a arrogância dos que se julgam acima da legalidade internacional e que, violentando através da força a soberania dos povos, pretendem dominar os recursos desta região – recordem-se os objectivos colonialistas dos EU de criação de um “Grande Médio Oriente”.
  • Testemunho de Sérgio Ribeiro - Hiroshima e Nagasaqui

    Por Sérgio Ribeiro, membro da Presidência do CPPC

    Numa festa muito bonita de uma escola de dança cá do burgo, com que se fechava o ano lectivo e se mostrava o trabalho feito, merecedor de todos os encómios pela cultura e pedagogia que nos transmitia, de repente um sobressalto – diria “como uma bomba”… e logo se verá porquê.
    No fundo do palco onde decorria o belo espectáculo de crianças e jovens a dançar contra a guerra, a festejar a PAZ, num enorme vídeo, em Paris, Londres, Nova Iorque, beijavam-se soldados que tinham trazido a PAZ à Europa, via-se uma estátua, drapejava uma bandeira. Os soldados vestiam fardas do exército norte-americano, a estátua era “da Liberdade”, a única bandeira (que só eu terei visto) era dos Estados Unidos.
    Ao voltar a casa rompeu a catarse em grito/escrito, de que aproveito um trecho para o testemunho a que o CPPC me convoca:
    «(…)
    Os aviões dos Estados Unidos que vieram ”salvar a Europa”
    chegaram a aterrar ou foram logo
    logo logo “ajudar” Hiroshima e Nagasaqui*?
    (…)
    Não!, não quero uma versão parcial da História.
    Quero-a com um mínimo de verdade!
    A bandeira dos Estados Unidos estava a mais?
    Não!, havia era outras a menos!
    Ou nenhuma ou algumas…
    (… aliás aliadas contra a barbárie vestida de suástica)
    Nunca só aquela. Visível e subliminar!»

    Malhas que o imperioalismo tece…
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    *- “os efeitos agudos das explosões mataram entre 90 mil e 166 mil pessoas em Hiroshima e 60 mil e 80 mil seres humanos em Nagasaki (…).. Durante os meses seguintes, vários morreram por causa do efeito de queimaduras, envenenamento radioativo e outras lesões, que foram agravadas pelos efeitos da radiação.. (Wikipédia)